Pinguins em terras tupiniquins – O que fazer?

Mais um inverno com a presença acidental dos Pinguins-de-Magalhães em nossas praias e, de novo, informações desencontradas são passadas na mídia e nas redes sociais. Fora isso, temos também a recorrente discussão se devemos ou não resgatar e cuidar dessas simpáticas aves marinhas.

É importante esclarecer que a ocorrência dos pinguins em nossas águas tropicais é um evento cíclico da natureza, no qual o homem não tem participação.

Grandes bandos de Pinguins-de-Magalhães saem rotineiramente do sul da América do Sul em direção norte e percorrem alguns quilômetros para se alimentar de peixes, por dias ou semanas, e depois retornam para seu local de origem. Vão e voltam.

No entanto, todos os anos, nessa época, milhares de pinguins jovens e inexperientes saem com os adultos, pela primeira vez, para pescar seu próprio peixe. Eventualmente, em maior ou menor número, esses “marinheiros de primeira viagem” se perdem do bando principal e são levados por correntes marinhas até o litoral brasileiro, do Rio Grande do Sul à Paraíba. Muitos não resistem à longa jornada e os sobreviventes costumam chegar por aqui desorientados, cansados e debilitados.

Em absoluto, como já li na mídia, eles migram no inverno para o litoral brasileiro para fugir das temperaturas mais frias ou porque existe a intenção dos pinguins em se estabelecer e criar colônias em terras tupiniquins. A presença desses pinguins por aqui se deve, única e exclusivamente, ao acaso da natureza e eles, diferentemente das espécies migratórias, não têm qualquer viabilidade natural de retorno ao seu local de origem __ podem até sobreviver por algum tempo nas nossas praias, mas logo acabarão morrendo.

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Porém, diferente de outros eventos naturais, existe sim a possibilidade de ajudarmos esses “náufragos”. Se não por questões ecológicas, simplesmente por solidariedade. Para isso, seguem algumas recomendações.

 

1 – Ao avistar um ou mais pinguins na água ou na areia de alguma praia entre em contato com o órgão ambiental de sua cidade ou com algum centro de recuperação de fauna. Eles poderão resgatar os animais e dar o direcionamento adequado.

 

2 – Evite tocar ou interagir com o pinguim. É um animal selvagem que pode bicá-lo e transmitir doenças.

 

3 – Se for preciso transportá-lo, jamais o coloque no gelo. Ele necessita ser aquecido e alimentado, pois normalmente está desidratado e com hipotermia.

 

4 – Nunca leve um pinguim para sua casa. E muito menos o coloque em sua piscina.

 

Sobre Marcelo Szpilman 

Marcelo Szpilman é autor de oito livros publicados, sendo cinco nas áreas de peixes, tubarões e outros seres marinhos. É o idealizador, fundador e presidente de honra do AquaRio e diretor-presidente do Instituto de Conservação Marinha

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