Laboratório Prof. Sergio Potsch
BioParque do Rio avança na proteção de espécies ameaçadas com um projeto pioneiro no estado do Rio de Janeiro com a inauguração do Laboratório Sergio Potsch.

O Laboratório Sergio Potsch, nomeado em homenagem ao Dr. Sergio Potsch, destaca-se como um marco no desenvolvimento de técnicas para a reprodução e manejo de espécies em risco. Além disso, sua inauguração reafirma o compromisso do Grupo Cataratas com a conservação da biodiversidade e com a proteção de faunas ameaçadas.
Dado que os pesquisadores nunca mantiveram a rã-de-seropédica sob cuidados humanos, o projeto, inicialmente, direciona seus esforços para a rã-signifer (Physalaemus signifer), uma espécie geneticamente semelhante e fora de risco de extinção. Por meio dessa abordagem estratégica, os riscos associados ao desenvolvimento dos protocolos de manejo e reprodução são consideravelmente reduzidos. Ademais, posteriormente, a equipe aplicará essas técnicas diretamente à espécie ameaçada, garantindo, assim, maior segurança e eficiência no processo de conservação.
Objetivo do Projeto
O projeto visa criar uma população de segurança, protegendo a rã-de-seropédica contra ameaças como incêndios florestais e a destruição do habitat. A longo prazo, os pesquisadores pretendem avaliar áreas adequadas para reintroduzir a espécie na natureza.
Restrita à Floresta Nacional Mário Xavier, em Seropédica (RJ), a rã-de-seropédica está em estado crítico de conservação. Impactos ambientais, como a construção do Arco Metropolitano, têm destruído o habitat natural da espécie, agravando o risco de extinção. Desde o início das obras, especialistas vêm alertando para a necessidade de medidas compensatórias, mas, mesmo com os esforços, a situação permanece alarmante. Portanto, o projeto não apenas amplia sua distribuição, mas também garante sua sobrevivência. Dessa maneira, a iniciativa reforça o papel do BioParque do Rio e do Grupo Cataratas, como protagonistas na conservação de espécies.

Seleção e Parceria Estratégica
Em 2023, a ONG Amphibian Ark, em parceria com o ICMBio, realizou um estudo que identificou espécies de anfíbios ameaçadas. A partir desse levantamento, a equipe recomendou iniciativas de conservação fora do habitat natural (ex situ). Além disso, o projeto selecionou três instituições para desenvolver ações de proteção, e o BioParque do Rio conquistou seu lugar como uma das escolhidas.
Com o objetivo de fortalecer a base científica, pesquisadores renomados assumiram a liderança do projeto. Entre eles, destacam-se o Dr. Sergio Potsch, a Dra. Ana Telles e o Dr. Fábio Hepp, que unem seus conhecimentos especializados para avançar nos esforços de preservação da rã-de-seropédica. O projeto também recebeu apoio fundamental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Conhecer para Conservar, que contribuíram com sua experiência e recursos para o desenvolvimento das iniciativas de conservação. Com esse suporte, as ações ganham ainda mais força.
Desenvolvimento de Protocolos com Foco no Futuro
Como a rã-de-seropédica nunca foi mantida sob cuidados humanos, ainda não existem protocolos estabelecidos para seu manejo e reprodução. Para mitigar riscos e assegurar o sucesso do projeto, os trabalhos iniciais utilizam a rã-signifer (Physalaemus signifer), uma espécie semelhante que não está ameaçada.
Dessa forma, esse modelo permite que os pesquisadores desenvolvam técnicas específicas de reprodução e manejo em um ambiente controlado antes de aplicá-las diretamente à rã-de-seropédica. O principal objetivo, portanto, é criar uma população de segurança, protegendo a espécie de ameaças como incêndios florestais e a expansão urbana.
Um Legado para o Futuro
A inauguração do Laboratório Prof. Sergio Potsch simboliza mais do que um avanço científico; é um compromisso concreto com a proteção do nosso patrimônio natural. Por meio da união de ciência, dedicação e parcerias estratégicas, o BioParque do Rio não apenas oferece esperança para a rã-de-seropédica, mas também inspira ações transformadoras na conservação da biodiversidade.
Esse projeto reforça a importância de enfrentar os desafios ambientais com responsabilidade e inovação, mostrando que, juntos, é possível criar um futuro onde espécies ameaçadas tenham a oportunidade de prosperar. O legado do laboratório será, sem dúvidas, uma referência para as próximas gerações, destacando o papel essencial que cada iniciativa desempenha na construção de um mundo mais equilibrado e sustentável.
Impacto positivo, é o nosso legado!